Cobras assustam moradores do Parque Hotel à luz do dia

Cobras assustam moradores do Parque Hotel à luz do dia

O bairro que se divide entre o luxo e o abandono voltou a  conviver com as cobras. Moradoras antigas, mas que há muito tempo não apareciam tanto, principalmente na "parte baixa" do local. Pedestres que trafegam pela Rua Mobral, no bairro Parque Hotel, relatam encontros frequentes com os répteis cruzando as vias a qualquer horário — algo que, segundo eles, só era visto há cerca de 20 anos. Com o avanço da tímida urbanização, esses animais foram desaparecido, mas voltaram a proliferar recentemente. Um dos principais motivos apontados é a falta de poda do mato, que cresce sem qualquer manutenção nas ruas e calçadas. A ausência desses cuidados também compromete a segurança dos moradores. Durante um passeio noturno pela região, foi possível observar que os matagais e a escuridão, agravada pela iluminação pública deficiente, conferem ao local um aspecto assustador.


Para proteger crianças, pai de aluno corta mato por conta própria

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra o pai de um aluno de um centro esportivo infantil particular, voltado à ginástica, cortando o mato ao redor do local por iniciativa própria. A atitude foi tomada após cobras invadirem o espaço onde as crianças treinavam, causando pânico.


Um espelho da realidade do município

Um passeio rápido pelas ruas revela uma nítida divisão estética no Parque Hotel. No chamado “Alto Parque Hotel” — especialmente no entorno da residência do casal de ex-prefeitos Lívia e Chiquinho, próximo ao Botânico das Asas e à Escola Bilíngue — predominam ruas asfaltadas e casas luxuosas. Já na “parte baixa” do bairro, que é a mais extensa, o cenário é bem diferente: ruas de terra esburacadas, calçadas tomadas pelo mato alto e terrenos baldios acumulando lixo.

Além disso, a infraestrutura pública é praticamente inexistente. Não há posto de saúde nem escola pública. Há anos, a linha de ônibus deixou de circular dentro do bairro. Essa realidade é um reflexo do que ocorre em toda a cidade — hoje bilionária — marcada pelo contraste entre a beleza e a opulência da orla e o abandono das periferias e áreas mais afastadas.