Lula admite dificuldade em controlar preços, mas prevê redução nos alimentos

Lula admite dificuldade em controlar preços, mas prevê redução nos alimentos
Reprodução/Youtube

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (20) que o governo federal não consegue controlar os preços dos alimentos "do dia para a noite", mas garantiu que está trabalhando para reduzir os custos para a população. Em entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro, Lula destacou que o Brasil se tornou "quase um supermercado do mundo", com empresários exportando seus produtos, o que não pode resultar em aumentos excessivos no mercado interno.

"Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que está R$ 40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo mesmo. Vamos ter que fazer uma reunião com os atacadistas para saber como podemos trazer isso para baixo. O fato de estar vendendo produto em dólar, que está alto, não significa que tem que colocar no preço do brasileiro o mesmo preço que exporta", disse o presidente.

Lula também mencionou a queda nos preços da carne e afirmou que a tendência é de redução: "Agora, a carne começou a cair. Vai cair e o povo vai voltar a comer sua picanha, costela ou o pedaço de carne que quiser".

O presidente atribuiu a alta dos alimentos a condições climáticas adversas ao longo do último ano, como chuvas intensas, secas e incêndios. Ele também citou o impacto da gripe aviária nos Estados Unidos, que fez do Brasil um dos principais exportadores de ovos para o país.

"A gente vem de momentos muito cruciais, muito sol, o maior calor da história, muito fogo e muita chuva. Tudo isso tem interferência nos preços", explicou Lula. Ele reforçou que pretende dialogar com empresários do setor para equilibrar a exportação e garantir a oferta no mercado interno.

Na entrevista, Lula voltou a contrariar previsões de especialistas do mercado financeiro e disse que a economia brasileira deve crescer 3,8% em 2024. Além disso, afirmou que a inflação está "razoavelmente controlada" e que o déficit fiscal do ano passado foi "quase zero".

"Todo mundo achava que ia ser uma desgraça, que a economia não ia crescer. A economia cresceu o triplo do que os especialistas previam. Em 2024, vai para 3,8%. Em 2025 e 2026, vai continuar crescendo, e o crescimento vai ser repassado aos trabalhadores com aumento do salário mínimo", declarou o presidente.