Guerra comercial entre Estados Unidos e China pode fazer arrecadação de royalties despencar em Araruama

Os contratos futuros de petróleo derreteram nesta manhã de quarta-feira (9) após o anúncio da China de que vai retaliar os Estados Unidos com uma sobretaxa de 84% sobre as importações americanas, em resposta à decisão da Casa Branca de impor um total de 104% de tarifas sobre as mercadorias chinesas. Por volta das 9h05, os contratos futuros do petróleo do tipo WTI tombavam 6,43% na Bolsa de Nova York, sendo negociados a 55,75 dólares.
O tombo do petróleo reflete o temor do mercado de que a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo arraste os demais países para uma recessão global, o que implicaria na redução da demanda por óleo. O medo já atinge os papéis da Petrobras, que já registraram forte queda nesta manhã na pré-abertura de Wall Street.
Por tabela, isso pode implicar uma queda substancial na arrecadação dos royalties do petróleo. Além da possível recessão mundial, Araruama, que passou a ser a sexta cidade brasileira que mais recebe este tipo de receita, sentiria a queda nos valores. Era esperada a entrada de mais de R$ 1 bilhão no caixa da Prefeitura somente em 2025, batendo todos os recordes até então. Agora, acendeu a luz amarela, quase vermelha.
Esses royalties já poderiam ter mudado radicalmente a qualidade de vida na cidade desde o mandato anterior, quando Araruama passou a receber o tal “dinheiro do petróleo”. Porém, muito pouco tem sido feito efetivamente para a boa administração dessa verba. Em 2023, a pesquisa “Petróleo e Condições de Vida: qualidade da governança pública em municípios com atividades de Petróleo e Gás”, lançada pela Agenda Pública, mostrou que Araruama ficou em penúltimo lugar na Região dos Lagos quanto aos serviços públicos prestados aos moradores a partir dos royalties da extração de petróleo.
Os mais velhos e/ou pessimistas diriam que “alegria de pobre, dura pouco”. Será?